terça-feira, 31 de maio de 2011

Poema: A nossa escola

Estudamos na Escola E.B. 2, 3 de Monchique
Para o 12º ano fazer
Somos uma turma de 20 alunos
Todos aqui para aprender
Esta oportunidade temos de aproveitar
Com outra não podemos contar.

A nossa escola é pequena e bem dirigida
Gostamos de lá estar
Tem muita actividade
E muita vida.

De dia tem aulas até ao 9º ano
E à noite tem os alunos do 12º ano
Alguns mais inteligentes e com capacidades
Têm nos livros a sua oportunidade.

A nossa escola tem a prof. Irene
E a secretária a ajudar
Se tens alguma pergunta
Ela te pode encaminhar
Ela é uma boa amiga
Que te pode ajudar
Vai ter com ela, que te pode aconselhar.

Por: Maria Luísa

domingo, 29 de maio de 2011

A flor da adelfa

Ovelha parda
que pastas na erva
Não comas à tarde
nem pela manhã
A flor da adelfa

A flor da adelfa
Que aparece em Junho
Bela e venenosa
Diz-te quem o sabe
É espinho e rosa

É espinho e rosa
que estão num jardim
ouve lá vaidosa
chega-te pra lá
não venhas pra mim

não venhas pra mim
que de ti estou cheio
sou sincero e franco
por ti já passei
muita noite em branco

muita noite em branco
e dias sem tino
sou franco e sincero
por ti já chorei
como um menino


O rododhendron ponticum baeticum (do grego rodhon=rosa + dendron=árvore), literalmente árvore de rosas é conhecida em Monchique pelo nome popular de Adelfa.
É um arbusto que se crê conter toxinas prejudiciais ao gado. As cabras evitavam comer das suas partes, conta-se. São variadas também as referências populares jocosas ao veneno: ‘estava a fazer-te falta era um chá de adelfa com cogumelos de cão’, ou ‘tens de fazer uma sebe com adelfas para as ovelhas não fugirem’ .
O género Rhododendron está amplamente espalhado, a maior diversidade ocorre na cordilheira dos Himalaias, havendo também outras zonas nas montanhas da Indochina, Japão e Taiwan. Existem também várias espécies na América do Norte e na Europa e espécies tropicais que crescem no sul de Bornéu e Nova Guiné. Crescem bem em solos ácidos, produzindo grandes flores em forma de trompa e folhas ovaladas. A maioria dos rododendros florescem durante um curto período de tempo anualmente, durante o qual adquirem cores muito vivas.
Em Monchique vigora o conceito da raridade da adelfa, como se fosse uma planta quase exclusiva das encostas da Fóia e da Picota mas uma consulta a vários ‘sites’ contradiz esta tese. Antes dá a ideia de se tratar de uma praga em determinados locais.
Por cá e por enquanto é uma espécie protegida. A proposta do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) para o habitat no âmbito da Rede Natura 2000 sugere o nome de adelfeira a essa planta. http://portal.icnb.pt
Consultada a palavra ‘adelfa’ o Google e a Wikipedia devolvem-nos uma outra planta que se poderia considerar semelhante ao Rodhodendron por ser um arbusto, pela cor das flores, forma das folhas e por conter toxinas. Trata-se de Nerium Oleander que é também popularmente conhecido como loendro.
Embora de ordens taxonómicas distintas as duas plantas confundem-se no âmbito do folk-lore: loendro e rododendro.



sábado, 28 de maio de 2011

Avenida do Pé da Cruz

 Estas duas fotos são a prova sintomática como a Vila evolui mesmo que seja a um ritmo mais lento, o que resta do passado é a sua entrada para a vila, são os seus catorze imponentes plátanos, que constituem a velha avenida do Pé da Cruz, outrora assim denominada por dezassete, estando nove do lado direito e oito do lado esquerdo. Na foto actual existem duas bombas de combustíveis, uma no lado esquerdo e outra no lado direito, de petrolíferas diferentes, assim como os novos prédios urbanos envolventes os quais vieram alterar a paisagem.
 



 

A foto antiga retrata-nos o dia em que a neve caiu em Monchique sobre os seus velhos plátanos, dos quais se desconhece a idade.
 A sua paisagem bela e natural da época em que foi tirada provavelmente no dia 2 de Fevereiro de 1954, ano em que caiu um forte nevão que também cobriu grande parte do Algarve.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dia da Espiga ou Quinta-feira da Ascensão

No dia 2 de Junho, em Monchique, comemora-se o dia da Espiga ou Quinta-feira da Espiga ou da Ascensão.
A quinta-feira da Ascensão é um feriado religioso católico em algumas terras do nosso país, celebra a ascensão de Jesus ao céu depois de crucificado e de ter ressuscitado. Este dia é cerca de quarenta dias após a Páscoa e sempre a uma quinta – feira. Nesse mesmo dia é quinta – feira da espiga ou dia da espiga.



quarta-feira, 25 de maio de 2011

Casas Tradicionais

Fotomontagem de modelos de casas tradicionais de Portugal, realizados pelos formandos.





Monchiquewood

Os filmes "E tudo o vento levou" e "Titanic", na versão Monchiqueira: "Tá aí uma bezaranha que leva tudo à frente" e "Tianica", realizado pelos alunos da turma B do Curso EFA da Escola E. B. 2, 3 de Monchique, são um sucesso!


Falar monchiquês

"Patavina"
Significado:
- nada;
Exemplo:
- " Cheguei tarde ao petisco já não apanhei patavina."

"Alvadio"
Significado:
- cores claras;
Exemplo:
- "Olha lá que alvadio que ele anda hoje com aquela camisa branca."

"Alveitar"

Significado:
- Pessoa que ferrava os cavalos e os burros; Uma espécie de curandeiro;
Exemplo:
- "Zé Manel a mula hoje não se levantou, tens que ir a vila chamar o alveitar."

Visita Guiada à Vila de Monchique

Os formandos organizaram um percurso pedestre pela vila de Monchique, dando destaque aos locais mais interessantes, com o objectivo de a dar conhecer a vila. Elaboraram também um folheto com os pontos de interesse a visitar. 




terça-feira, 24 de maio de 2011

Poema: A nossa terra

Monchique é nossa terra
Gostamos de aqui viver
Mesmo no meio da serra
Entre árvores animais e água a correr

É linda a Fóia e a sua encosta
Também o Barranco do Pisões
Toda a gente que visita gosta
E dão as suas opiniões

Com as suas paisagens verdejantes
E a sua água natural e pura
 Que até os nossos emigrantes
Recordam a nossa terra com ternura

Por: Lucinda

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Banho do 29

O banho do 29 ainda é uma tradição que se usa em Monchique. Antigamente, na noite de 28 de Setembro, havia a tradição popular das gentes de Monchique se juntarem, pegarem nos carros de besta e deslocarem-se até ao “Algarve” afim de se banharem na praia, por volta da meia-noite.

Acreditavam que um banho tomado nesse dia equivalia a ter-se banhado todos os dias do mês. O ambiente era de romaria em que toda a gente partilhava o farnel que levava. A festa durava pela noite dentro com baile e muita diversão só acabando com o regresso à vida serrana.
Actualmente a Freguesia de Monchique organiza, para os populares, uma ida à praia do Vau na noite de 28 de Setembro com o objectivo de manter a tradiçao. Esta é seguida à risca com os trajes tradicionais da ocasião, com comida e bebida à “fartazana” e o já habitual bailarico.

domingo, 22 de maio de 2011

Escalavardo

Sacarrabos (Herpestes ichneumon)



Os entendidos tratam-no por Herpestes Ichneumon mas nós cá por Monchique chamamos-lhe apenas escalavardo ou saca rabos. O escalavardo é um dos mamíferos carnívoros mais abundantes em Portugal e é a única espécie de mangusto existente na Europa. O seu nome científico, Herpestes ichneumon, tem o significado literal de “o perseguidor” e foi-lhe atribuído este nome porque quando a mães e os seus filhotes se deslocam em conjunto, vão em fila tocando com os focinhos na cauda do que vai à frente. Na civilização egípcia ele era considerado “o gato do Faraó”.


É um mamífero de tamanho médio, chegando a medir 95cm de comprimento e 25cm de altura e chega pesar 4 Kg. A cor do pêlo varia entre creme claro e castanho muito escuro. No Verão a pelagem é curta e mais acastanhada. Tem uma cauda comprida e pontiaguda. Estes animais podem atingir 20 anos de idade em cativeiro e cerca de 12 em estado selvagem. O sacarrabos é um carnívoro com uma dieta muito variada adapta-se bem ao tipo de alimento disponível no meio como, coelhos, répteis, ovos, insectos, carcaças, bagas e cogumelos.



Necessita de uma muita cobertura vegetal, sendo o seu habitat preferido o matagal mediterrânico, constituído por estevas, medronheiros, com arvoredo, como sobreiros, carvalhos, pinheiros e eucaliptos. Apresenta também preferência por zonas próximas de linhas de água e zonas húmidas com uma vegetação densa de silvados, juncos e, em geral, ligadas a áreas de monte cerrado.



sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dia do trabalhador


No dia 1 de Maio de 2011 comemorou-se, na Vila de Monchique, o dia do trabalhador. Aqui, desde há muitos anos, no dia 1 de Maio, as pessoas para combinarem o piquenique do dia do trabalhador, diziam, em código, "vamos desmaiar". Juntava-se a família e amigos, fazendo-se um piquenique do qual os enchidos da região fazem parte e, como sempre, o Bolo do Tacho não podia faltar.


Trabalhadores


Todos os anos, no dia 1 de Maio, comemora-se, em todo o mundo, o Dia do Trabalhador. As origens do Dia do Trabalhador não são muito recentes. A história deste dia começa no séc. XIX.


Nessa época, abusava-se muito dos trabalhadores, que chegavam a trabalhar entre 12 e 18 horas por dia, o que era muito cansativo e até prejudicial à saúde! Havia já algum tempo que os reformadores sociais (os que propunham reformas, ou seja, mudanças na sociedade) defendiam que o ideal seria dividir o dia em três períodos: 8 horas para trabalhar, 8 horas para dormir e 8 horas para o resto, o que incluía a diversão.

Com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diárias, no dia 1 de Maio de 1886, milhares de trabalhadores de Chicago (EUA) juntaram-se nas ruas para protestar contra as más condições de trabalho.


    Manifestação de 1 de Maio de 1886

    A manifestação devia ter sido pacífica, mas resultou em feridos e mortos, tendo ficado conhecidos como os Mártires de Chicago. Em 1889, o Congresso Internacional em Paris decidiu que o dia 1 de Maio passaria a ser o Dia do Trabalhador, em homenagem aos "mártires de Chicago". Só em 1890, os trabalhadores americanos conseguiram alcançar a sua meta das 8 horas de trabalho diárias!



    Em Portugal, devido ao facto de ter havido uma ditadura durante muito tempo, só a partir de Maio de 1974 (o ano da revolução do 25 de Abril) é que se passou a comemorar publicamente o Primeiro de Maio.



      quarta-feira, 18 de maio de 2011

      Falar "Monchiquês"

      "Em de querendes..."
      Significado: 
      - Quando quiseres
      Exemplo:
      - "Zé Manel em de querendes podemos ir embora porque eu já fiz as compras todas"

      "Tranquelejada"
      Significado:
      - Barulho; ruído (usado para coisas metálicas tipo latas, ferros, ect.)
      Exemplo:
      "Eu ouvi uma tranquelejada e fui ver, era um gato a brincar com uma lata."

      "Estarramagida"
      Significado:
      - Barulho, ruído (usado para barulhos vindos do mato, como folhas secas, etc.)
      Exemplo:
      - "Não ouves Zé Manel, a estarramagida que vem ali de baixo?"
      - "Oiço, oiço, devem ser os malsoados dos escalavardos que andam para ali de roda das galinhas."

      segunda-feira, 16 de maio de 2011

      Desfolhada

         No mês de Maio ou Junho semeava-se uma semente de cor amarela, branca ou vermelha que, passado alguns meses, originava uma planta com mais ou menos 1,5m de altura, folhas largas e bem verdes, uma espiga com flor amarela no cimo e várias maçarocas em cada pé. Retirava-se esta espiga do milho a que se chama bandeira e as folhas verdes e grandes a que se dá o nome de folhada. a recolha da bandeira e da folhada ainda hoje serve de alimentação para os animais.

      Maçaroca de milho
         Em Setembro ou Outubro fazia a apanha da maçaroca do milho e ao mesmo tempo também se preparava a eira onde este ficava a secar. Essa eira era preparada com estrume de vaca que ia sendo espalhado e que era depois pisado por um rebanho de cabras, que andavam durante horas em círculos, umas atrás das outras até ficar tudo direito e seco.

      A eira com o milho a secar

         Depois, as maçarocas eram levadas para a eira e eram descascadas, ou seja, retirava-se a fatana (o que envolve o milho). Quando um rapaz ou rapariga encontrasse uma maçaroca de milho vermelho, mandava a tradição, que tinha que abraçar a pessoa do sexo oposto mais próxima.
      A descascar o milho

         Algumas maçarocas tinham más formações e em vez de terem milho, eram todas pretas - fungão, e era passado pela cara das pessoas, como forma de brincadeira, ficando estas todas sujas. Quando o trabalho chegava ao fim havia bolos e aguardente e um tocador e fazia-se um baile.

      Finalmente o milho era seco e serviam tanto para a alimentação dos animais, como para as pessoas comerem as chamadas papas ou o bolo do tacho. A fatana depois de seca e de lhe retirarem o talo servia para encher as camas para as pessoas dormirem.