quarta-feira, 13 de julho de 2011

Apresentação 4ª Actividade Integradora

Fotomontagem da apresentação dos trabalhos elaborados pelos formandos para a 4ª actividade integradora.
Mais uma vez estiveram muito bem.

terça-feira, 12 de julho de 2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Falar "Monchiquês"

"Andar d'arrôje"

Significado:
- Andar arrojando no chao, roçando no chao.

Exemplo:
- "Ah marau levas um porro que andas d'arrôje"


"Botar"

Significado:
- Meter, pôr;

Exemplo:
- " Zé Manel avia-te que eu vou botar o jantar o fogo."


"agasturas"

Significado:
- Mal disposto, almariado;

Exemplo:
- "Haim tou ca com umas agasturas, devo ter comido alguma coisa estragada"

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Lenda da louca e do dia de S. João

Neste dia (23 de Junho) é comemorado o dia de S. João. Aqui fica uma lenda "monchiqueira" alusiva à data.

Lenda da louca e do dia de S. João:

Uma senhora de nome Josefa tinha uma quinta no concelho de Monchique, onde trabalhavam dois quinteiros cada qual vivendo numa casa: um com mulher e um filho e o outo com mulher e uma filha.

As crianças cresceram e tornaram-se jovens. Ela de seu nome Amélia era bonita, formosa e loura, e ele era o José os dois já com cerca de dezasseis anos.

Numa noite de São João, houve um baile e ela foi dançar com o rapaz. Foi amor à primeira vista.

- “Boa noite ó menina, vamos bailhar?”

- “Sim vamos.”

Dançaram a noite inteira os dois, e era vê-los a partir desse dia a falar sempre que possível, mais às escondidas, porque o pai do José não queria o namoro. Mas, passado um ano o pai do José veio a falecer, no dia de São João um ano após o dia do baile.

Como havia muito trabalho no campo e a mãe do José não conseguia dar conta das tarefas que eram muito pesadas, e o José ainda era novo, a dona Josefa, Dona da quinta, resolveu fazer uma proposta.

- “Como vocês ficaram sozinhos venham com a gente para a nossa casa na vila de Monchique e eu cá pago os estudos do moço pequeno para ele dar umas missas e ser um bom padreco. Queres melher?”

- “ti sabes que sim, eu cá fico má descansada e desanuviada com esse jeitinho que vossemecê faz-me a mim”.

A mãe do José ficou muito contente e tratou de arrumar os seus pertences para se mudar. Mas quem não gostou nada e não ficou nada feliz foi o José, que entristecido, foi logo contar à sua amada.

- “Minha Mélinha do coração vou-me morar p’outa casa e vou-me aprender pó seminário, é a vontade da minha mãe e da dona Josefa. Fica acalmada mia Melinha quê cá nunca te vou desquecer, e quando já tiver alguns estudos vou-te para te buscar pá gente se casar. Dés há-de perdoar a gente.

- “Sim mê Zé eu cá te espero.”

Amélia e José foram-se escrevendo às escondidas sem ninguém saber, com promessas de amor e felicidade. Mas o tempo foi passando e ele tinha que estudar até que começou a ficar cheio de dúvidas, se ia para o sacerdócio ou casava. Sofria, sofria em silêncio sem contar nada a ninguém e já escrevendo menos cartas à sua amada embora com grandes saudades.

Ela estava cada vez mais apaixonada e com muitas saudades por esperar por ele tanto tempo.

Um dia ele escreveu uma carta à Amélia em que lhe contava toda a verdade, ao mesmo tempo que lhe jurava amor eterno. No entanto passado alguns meses consagrou-se padre.

Assim que ela recebeu a carta começou a vaguear pelos campos como uma louca.

Passados alguns anos veio um padre para Monchique exercer o sacerdócio. Ele vivia sozinho e muito triste com o seu amigo e fiel cão. Nesse ano, no dia de São João vieram chamar o padre para ir fazer um velório.

- “Padre Zé tem mingua de fazer um velório a uma melher que morreu de desgosto d’amor.”

- “Sim vou-me. Ma diga lá morreu desgosto d’amor? Sará caso?”

Quando o sacerdote chegou ao local e viu que era a sua amada não queria acreditar no que estava a ver.

- “Padre Zé, veja lá cá melher tem algebêra uma carta que guarda na trouxa há muitos anos.”

- Atã dexe cá ver.

Ao ver a carta que tinha escrito ficou muito triste, tão triste que faleceu de repente junto da sepultura da sua amada com o seu fiel amigo cão.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O dia da espiga

 A tradição diz que de manhã bem cedo, se possível antes do sol nascer, vai-se ao campo apanhar a espiga e outras flores campestres. E assim se faz um ramo que pode ter: espigas de trigo, cevada, centeio, aveia, ramo de oliveira, malmequer, papoilas, rosas, margaridas, pampilhos, alecrim, rosmaninho, e em algumas terras ramos de videira. No ramo, as espigas e as outras flores são sempre em número ímpar:  um, três ou cinco de cada qualidade.
  
 
Cada uma das flores tem um significado ou um desejo até ao próximo ano:

- Espiga: que haja pão, ou seja que não falte comida no lar,

- Ramo da oliveira: que haja paz e luz porque a oliveira produz a azeitona que se transforma em azeite para a iluminação das lamparinas,

-Videira: que haja uvas e vinho,

- Outras flores: que haja alegria,
Cada cor também tem significado: os malmequeres são riqueza, se forem amarelos é ouro, se forem brancos é prata; a papoila vermelha é o sangue de Jesus significa amor e vida, o alecrim e o rosmaninho saúde e força.
Guarda-se o ramo de um ano para o outro, se possível por detrás da porta da entrada da casa, e só é retirado no ano seguinte para ser substituído por um novo.

domingo, 5 de junho de 2011

Os Plátanos



Especie monóica de folha caduca,folhas alternas,com pecíolos grossos,sendo as
flores unissexuais.

Está situado no Barranco dos Pisões a cerca de 3 km Norte da vila de Monchique.É uma árvore de grande porte que ultrapassa os 35m de altura.






Vulgarmente utilizado como ornamento em parques, jardins e avenidas, também este plátano foi aproveitado como ornamento do parque de merendas que aqui se encontra.








Esta árvore centenária
foi classificada como sendo de interesse público em 08-05-1947.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Falar "Monchiquês"

"Gudana"
Significado:
- Muito trabalho para fazer;

Exemplo:
- "Tenho tanta gudana para fazer hoje e tão pouco tempo, ai a minha vida"



"Aquela corda
"
Significado:
- aquele sitio, aquela zona;

Exemplo:
- "Aquela corda ali pra diante é tudo boa gente"



"Fregir"
Significado:
- Fritar;
Exemplo:
- "Ai tenho que ir fregir os piques que o meu Manel está quase a chegar"

terça-feira, 31 de maio de 2011

Poema: A nossa escola

Estudamos na Escola E.B. 2, 3 de Monchique
Para o 12º ano fazer
Somos uma turma de 20 alunos
Todos aqui para aprender
Esta oportunidade temos de aproveitar
Com outra não podemos contar.

A nossa escola é pequena e bem dirigida
Gostamos de lá estar
Tem muita actividade
E muita vida.

De dia tem aulas até ao 9º ano
E à noite tem os alunos do 12º ano
Alguns mais inteligentes e com capacidades
Têm nos livros a sua oportunidade.

A nossa escola tem a prof. Irene
E a secretária a ajudar
Se tens alguma pergunta
Ela te pode encaminhar
Ela é uma boa amiga
Que te pode ajudar
Vai ter com ela, que te pode aconselhar.

Por: Maria Luísa

domingo, 29 de maio de 2011

A flor da adelfa

Ovelha parda
que pastas na erva
Não comas à tarde
nem pela manhã
A flor da adelfa

A flor da adelfa
Que aparece em Junho
Bela e venenosa
Diz-te quem o sabe
É espinho e rosa

É espinho e rosa
que estão num jardim
ouve lá vaidosa
chega-te pra lá
não venhas pra mim

não venhas pra mim
que de ti estou cheio
sou sincero e franco
por ti já passei
muita noite em branco

muita noite em branco
e dias sem tino
sou franco e sincero
por ti já chorei
como um menino


O rododhendron ponticum baeticum (do grego rodhon=rosa + dendron=árvore), literalmente árvore de rosas é conhecida em Monchique pelo nome popular de Adelfa.
É um arbusto que se crê conter toxinas prejudiciais ao gado. As cabras evitavam comer das suas partes, conta-se. São variadas também as referências populares jocosas ao veneno: ‘estava a fazer-te falta era um chá de adelfa com cogumelos de cão’, ou ‘tens de fazer uma sebe com adelfas para as ovelhas não fugirem’ .
O género Rhododendron está amplamente espalhado, a maior diversidade ocorre na cordilheira dos Himalaias, havendo também outras zonas nas montanhas da Indochina, Japão e Taiwan. Existem também várias espécies na América do Norte e na Europa e espécies tropicais que crescem no sul de Bornéu e Nova Guiné. Crescem bem em solos ácidos, produzindo grandes flores em forma de trompa e folhas ovaladas. A maioria dos rododendros florescem durante um curto período de tempo anualmente, durante o qual adquirem cores muito vivas.
Em Monchique vigora o conceito da raridade da adelfa, como se fosse uma planta quase exclusiva das encostas da Fóia e da Picota mas uma consulta a vários ‘sites’ contradiz esta tese. Antes dá a ideia de se tratar de uma praga em determinados locais.
Por cá e por enquanto é uma espécie protegida. A proposta do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) para o habitat no âmbito da Rede Natura 2000 sugere o nome de adelfeira a essa planta. http://portal.icnb.pt
Consultada a palavra ‘adelfa’ o Google e a Wikipedia devolvem-nos uma outra planta que se poderia considerar semelhante ao Rodhodendron por ser um arbusto, pela cor das flores, forma das folhas e por conter toxinas. Trata-se de Nerium Oleander que é também popularmente conhecido como loendro.
Embora de ordens taxonómicas distintas as duas plantas confundem-se no âmbito do folk-lore: loendro e rododendro.



sábado, 28 de maio de 2011

Avenida do Pé da Cruz

 Estas duas fotos são a prova sintomática como a Vila evolui mesmo que seja a um ritmo mais lento, o que resta do passado é a sua entrada para a vila, são os seus catorze imponentes plátanos, que constituem a velha avenida do Pé da Cruz, outrora assim denominada por dezassete, estando nove do lado direito e oito do lado esquerdo. Na foto actual existem duas bombas de combustíveis, uma no lado esquerdo e outra no lado direito, de petrolíferas diferentes, assim como os novos prédios urbanos envolventes os quais vieram alterar a paisagem.
 



 

A foto antiga retrata-nos o dia em que a neve caiu em Monchique sobre os seus velhos plátanos, dos quais se desconhece a idade.
 A sua paisagem bela e natural da época em que foi tirada provavelmente no dia 2 de Fevereiro de 1954, ano em que caiu um forte nevão que também cobriu grande parte do Algarve.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dia da Espiga ou Quinta-feira da Ascensão

No dia 2 de Junho, em Monchique, comemora-se o dia da Espiga ou Quinta-feira da Espiga ou da Ascensão.
A quinta-feira da Ascensão é um feriado religioso católico em algumas terras do nosso país, celebra a ascensão de Jesus ao céu depois de crucificado e de ter ressuscitado. Este dia é cerca de quarenta dias após a Páscoa e sempre a uma quinta – feira. Nesse mesmo dia é quinta – feira da espiga ou dia da espiga.



quarta-feira, 25 de maio de 2011

Casas Tradicionais

Fotomontagem de modelos de casas tradicionais de Portugal, realizados pelos formandos.





Monchiquewood

Os filmes "E tudo o vento levou" e "Titanic", na versão Monchiqueira: "Tá aí uma bezaranha que leva tudo à frente" e "Tianica", realizado pelos alunos da turma B do Curso EFA da Escola E. B. 2, 3 de Monchique, são um sucesso!


Falar monchiquês

"Patavina"
Significado:
- nada;
Exemplo:
- " Cheguei tarde ao petisco já não apanhei patavina."

"Alvadio"
Significado:
- cores claras;
Exemplo:
- "Olha lá que alvadio que ele anda hoje com aquela camisa branca."

"Alveitar"

Significado:
- Pessoa que ferrava os cavalos e os burros; Uma espécie de curandeiro;
Exemplo:
- "Zé Manel a mula hoje não se levantou, tens que ir a vila chamar o alveitar."

Visita Guiada à Vila de Monchique

Os formandos organizaram um percurso pedestre pela vila de Monchique, dando destaque aos locais mais interessantes, com o objectivo de a dar conhecer a vila. Elaboraram também um folheto com os pontos de interesse a visitar. 




terça-feira, 24 de maio de 2011

Poema: A nossa terra

Monchique é nossa terra
Gostamos de aqui viver
Mesmo no meio da serra
Entre árvores animais e água a correr

É linda a Fóia e a sua encosta
Também o Barranco do Pisões
Toda a gente que visita gosta
E dão as suas opiniões

Com as suas paisagens verdejantes
E a sua água natural e pura
 Que até os nossos emigrantes
Recordam a nossa terra com ternura

Por: Lucinda

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Banho do 29

O banho do 29 ainda é uma tradição que se usa em Monchique. Antigamente, na noite de 28 de Setembro, havia a tradição popular das gentes de Monchique se juntarem, pegarem nos carros de besta e deslocarem-se até ao “Algarve” afim de se banharem na praia, por volta da meia-noite.

Acreditavam que um banho tomado nesse dia equivalia a ter-se banhado todos os dias do mês. O ambiente era de romaria em que toda a gente partilhava o farnel que levava. A festa durava pela noite dentro com baile e muita diversão só acabando com o regresso à vida serrana.
Actualmente a Freguesia de Monchique organiza, para os populares, uma ida à praia do Vau na noite de 28 de Setembro com o objectivo de manter a tradiçao. Esta é seguida à risca com os trajes tradicionais da ocasião, com comida e bebida à “fartazana” e o já habitual bailarico.

domingo, 22 de maio de 2011

Escalavardo

Sacarrabos (Herpestes ichneumon)



Os entendidos tratam-no por Herpestes Ichneumon mas nós cá por Monchique chamamos-lhe apenas escalavardo ou saca rabos. O escalavardo é um dos mamíferos carnívoros mais abundantes em Portugal e é a única espécie de mangusto existente na Europa. O seu nome científico, Herpestes ichneumon, tem o significado literal de “o perseguidor” e foi-lhe atribuído este nome porque quando a mães e os seus filhotes se deslocam em conjunto, vão em fila tocando com os focinhos na cauda do que vai à frente. Na civilização egípcia ele era considerado “o gato do Faraó”.


É um mamífero de tamanho médio, chegando a medir 95cm de comprimento e 25cm de altura e chega pesar 4 Kg. A cor do pêlo varia entre creme claro e castanho muito escuro. No Verão a pelagem é curta e mais acastanhada. Tem uma cauda comprida e pontiaguda. Estes animais podem atingir 20 anos de idade em cativeiro e cerca de 12 em estado selvagem. O sacarrabos é um carnívoro com uma dieta muito variada adapta-se bem ao tipo de alimento disponível no meio como, coelhos, répteis, ovos, insectos, carcaças, bagas e cogumelos.



Necessita de uma muita cobertura vegetal, sendo o seu habitat preferido o matagal mediterrânico, constituído por estevas, medronheiros, com arvoredo, como sobreiros, carvalhos, pinheiros e eucaliptos. Apresenta também preferência por zonas próximas de linhas de água e zonas húmidas com uma vegetação densa de silvados, juncos e, em geral, ligadas a áreas de monte cerrado.